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As empresas estão preparadas para a nova fase do varejo?

À medida que o mundo físico e o digital se fundem, a inovação, o planejamento estratégico e o comprometimento com propósitos moldam a revolução do varejo, em uma era centrada no consumidor.

As empresas estão preparadas para a nova fase do varejo?



A expansão do ambiente digital, as novas plataformas e a oferta de tecnologia têm acelerado as mudanças nos hábitos de consumo. E, assim como o comportamento dos consumidores, o varejo também está em transformação.

Nos últimos anos, o conceito de omnichannel – e como esse aspecto pode influenciar a tomada de decisão das empresas – cresceu bastante. Observamos o que antes era um diferencial, se tornando algo fundamental para a sobrevivência dos negócios. E agora, um novo nome chega nesse panorama: o metaverso, amplamente discutido no maior encontro de varejo do mundo, a NRF 2022, que aconteceu em Nova Iorque e mostrou as tendências para os próximos anos.

Novidade para alguns e nem tanto para outros, o termo promete revolucionar o mercado e o e-commerce. Trata-se de um mundo virtual onde a realidade é amplificada por meio da tecnologia, propondo uma experiência imersiva ao usuário e uma nova jornada para as conexões sociais. Além disso, tem relação direta com o omnichannel, pela vivência e integração entre os canais físico e online.

No Brasil, a modalidade vem ganhando espaço recentemente, enquanto lá fora, o mercado está aquecido há mais tempo – um exemplo é o próprio Facebook, que gerou repercussão mundial ao mudar o nome para Meta. Segundo o estudo The Metaverse, Web 3.0 Virtual Cloud Economies, desenvolvido pela Grayscale Investments em novembro de 2021, a previsão é de que as oportunidades de mercado geradas com o nascimento do metaverso movimentem US $1 trilhão nos próximos anos.

 

Omnichannel e metaverso: inovações complementares

Não pense que o metaverso só se relaciona com o entretenimento e o mundo dos jogos: estratégias corporativas e o nível de maturidade digital das empresas também podem estar interligados a ele.

“O metaverso surge como uma evolução do omnichannel e do Alt-commerce”, é o que diz Alexandre Ribas, Sócio e Head da Unidade de Indústria de Bens Duráveis na Falconi. Por isso, à medida que o tema for explorado, o omnichannel também precisa ser. Antes de pensar no futuro desta tendência, porém, é importante identificar em qual patamar as empresas se encontram.

Hoje, a infraestrutura é uma das dificuldades que impede, principalmente, pequenas e médias empresas de avançarem. Por isso, além da tecnologia, é preciso saber administrar essa mudança sem perder de vista a produtividade. Por exemplo: “modelos como o omnichannel ou suas evoluções, envolvem, entre outros aspectos, muita logística, e é preciso otimizá-la para que ela tenha um custo baixo. Caso contrário, fica inviável para o negócio”, afirma Ribas.

Segundo o especialista, as empresas precisam focar em tornar seus processos eficientes antes de implementar qualquer nova tecnologia ou tendência do mercado. Isso inclui conhecer bem os seus clientes, ter um banco de dados sólido e integrado, uma cadeia de suprimentos e distribuição eficiente e, acima de tudo, uma estratégia clara que se conecte a novos modelos de negócio e se adapte a novos públicos, colaboradores e outras necessidades do mercado.

“Não há espaço para a ineficiência: sua estratégia precisa reagir aos novos modelos de mercado, de negócio, consumidores e empregados, enquanto sua operação precisa sustentar que você persiga esses caminhos”, afirma.

Alexandre ressalta que as tendências não chegaram no platô de produtividade de uma forma equânime para todas as empresas. Neste sentido, questões como liderança e mão de obra, caso não sejam bem aplicadas, podem afetar o setor do varejo. Isso porque o omnichannel exige investimento e responsabilidade.

 

Como se preparar para colocar essas tendências em prática?

Primeiro, é preciso ter uma estratégia clara. “As empresas, em sua maioria, não são gigantes de tecnologia, então elas precisam saber exatamente onde aplicar os seus recursos”, ressalta Ribas. Segundo ele, é primordial que as estratégias das organizações sejam repensadas para que acompanhem e se conectem a essas transformações. Muitas empresas também não conhecem as suas fragilidades e não olham para a tecnologia viabilizando como isso mexeria, de fato, na cadeia do negócio. Por isso, é preciso exercer o olhar estratégico, pautado em macroprocessos e no comportamento do consumidor.

“Quando a gente fala em construir a estratégia é justamente isso: como vou me organizar para atender esse consumidor nesse negócio? E o que a minha cadeia precisa mudar para conectar isso? Falta conhecer um pouco e ter clareza de quais são os grandes objetivos estratégicos, porque se o objetivo é seguir a corrente, você não tem estratégia”, analisa.

Em segundo lugar, é imprescindível investir na cultura interna e no desenvolvimento de pessoas. Um trabalho em conjunto que envolve os propósitos da empresa, a cultura organizacional e os mecanismos de ação para a gestão de pessoas. E não basta colocar rótulos, pois os consumidores estão cada vez mais conectados e preocupados com a inclusão, a justiça social e as mudanças climáticas, valorizando marcas sincronizadas com a prática desses valores. Ou seja, os princípios ESG precisam estar integrados. Tudo precisa convergir, ou o modelo de negócio não será sustentável.

 

A boa notícia é que esse cenário está repleto de oportunidades

A inovação cria melhores práticas para o varejo, mas precisamos de uma série de complementos embarcados nisso. Com consumidores cada vez mais atentos, criteriosos e conectados à tecnologia, as expectativas mudaram e as organizações precisam acompanhar esse movimento para que tenham novos resultados e se mantenham competitivas frente à concorrência.

Empresas que têm isso em mente podem dar aos seus clientes mais da experiência que esperam e menos daquilo que eles não querem, ganhando destaque na mente do consumidor e atraindo novos targets. O seu negócio está preparado?

 

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