mar . 2024 .

Construindo pontes narrativas: A jornada empresarial na era do storytelling

Toda marca tem a sua para contar, com pessoas únicas, momentos de superação e de grandes triunfos, seus valores, missão e atributos únicos.

Suzane Veloso*

Construindo pontes narrativas: A jornada empresarial na era do storytelling



Consta que, há exatos 30 anos, quando ele era CEO dos estúdios Pixar, Steve Jobs perguntou a um grupo de funcionários quem era a pessoa mais poderosa do mundo. Ninguém acertou a resposta.  

“A pessoa mais poderosa é o contador de histórias”, disse. “O contador de histórias define a visão, os valores e a agenda de toda uma geração que está por vir”. E ainda que a conversa girasse em torno de Walt Disney, a descrição valia também para si próprio.   

Até hoje considerado o maior contador de histórias do mundo corporativo em todos os tempos, Steve Jobs usou o poder da narrativa para construir a Apple, a marca mais valiosa do mundo e da qual acabou demitido. 

Foi quando colocou oficialmente o storytelling no centro de sua história. Comprou a divisão de computação gráfica da Lucasfilm, que batizou de Pixar, e foi seu CEO por 20 anos contando grandes histórias, como ‘Toy Story’ e ‘Procurando Nemo’, até vendê-la à Disney. 

Mas uma boa história não é coisa de Hollywood ou do Vale do Silício, nem exclusividade da Apple ou da Pixar. Toda marca tem a sua para contar, com pessoas únicas, momentos de superação e de grandes triunfos, seus valores, missão e atributos únicos. 

Porque dominar a arte de contar histórias ajuda as empresas a criar conexões em um nível emocional impossível de atingir pelo mero bombardeamento sobre as qualidades de seus produtos ou serviços. 

Por isso, cada vez mais, empresas dos mais diferentes setores tentam seguir os passos de Jobs. A capacidade de tecer narrativas envolventes se tornou crucial para impulsionar engajamento, fidelidade e, em última análise, lucratividade. 

A narrativa fornece contexto e significado, alma e personalidade. E quando ressoa com as aspirações, crenças e desejos do público-alvo, faz com que empresa passe de fornecedora de produtos ou serviços a parceira nas histórias pessoais dos próprios consumidores. 

Não à toa essa abordagem mais empática se tornou o elemento central das estratégias de marketing de muitas empresas. Com histórias, conseguem falar a nível mais profundo com seus públicos, diferenciando-se dos concorrentes em um mercado mais e mais saturado. 

Contudo, como tudo na vida, não se trata apenas do quê, mas também do como e do porquê. O próprio consumo cada vez maior de narrativas fez do público um expert em identificar aquelas que não se concatenam com a realidade e as práticas das empresas. 

A chance de os consumidores rejeitarem uma narrativa falsa, exagerada ou distorcida (como os casos de greenwashing abundando por aí), tem a mesma medida que a de se engajarem com histórias que ‘sentem’ ser verdadeiras.   

Quando o consumidor de depara com uma história literalmente mal contada, ela mina sua confiança na empresa e prejudica a reputação da marca. O segredo da boa história corporativa para construir relacionamentos duradouros com os consumidores é um só: autenticidade. 

 

V2 (mais enxuta) 

Há exatos 30 anos, quando era CEO do estúdio Pixar, Steve Jobs perguntou aos funcionários quem era a pessoa mais poderosa do mundo. Ninguém acertou a resposta. 

“A pessoa mais poderosa é o contador de histórias. Ele define a visão, os valores e a agenda de toda a geração que está por vir”, disse. E ainda que a conversa focasse em Walt Disney, a descrição valia também para si próprio. 

Até hoje considerado o maior contador de histórias do mundo corporativo, Jobs usou o poder da narrativa para construir a Apple, a marca mais valiosa do mundo e da qual acabou demitido. 

Foi quando colocou oficialmente o storytelling no centro de sua história. Comprou a divisão de computação gráfica da Lucasfilm, batizando de Pixar, e foi seu CEO por 20 anos contando histórias como ‘Toy Story’ e ‘Procurando Nemo’, até vendê-la à Disney. 

Mas uma boa história não é exclusividade de Hollywood, do Vale do Silício, da Apple ou da Pixar. Toda marca tem a sua, com momentos de superação, valores, missão e atributos únicos. 

Dominar a arte de contar histórias ajuda a criar conexões em um nível emocional impossível de atingir pelo mero bombardeamento sobre as qualidades de seus produtos ou serviços. 

Cada vez mais empresas tentam seguir os passos de Jobs. A capacidade de tecer narrativas envolventes se tornou crucial para impulsionar engajamento, fidelidade e até lucratividade. 

A narrativa fornece contexto, alma e personalidade. E quando ressoa com as aspirações, crenças e desejos do público-alvo, faz com que empresa passe de fornecedora a parceira nas histórias pessoais dos próprios clientes. 

Essa abordagem mais empática se tornou o elemento central das estratégias de marketing. Com histórias, conseguem falar profundamente com seus públicos, diferenciando-se dos concorrentes em um mercado tão saturado. 

Contudo, como tudo na vida, não se trata apenas do quê, mas também do como e do porquê. O próprio consumo cada vez maior de narrativas fez do público um expert em identificar as que não se concatenam com a realidade. 

A chance de os consumidores rejeitarem uma narrativa falsa ou distorcida (como os casos de greenwashing), tem a mesma medida que a de se engajarem com histórias que ‘sentem’ ser verdadeiras. 

Quando o consumidor se depara com uma história mal contada, ela mina sua confiança na empresa e na reputação da marca. O segredo da boa história para construir relacionamentos duradouros com os consumidores é um só: autenticidade. 

*Suzane Veloso é Chief Marketing Officer (CMO) da consultoria de gestão Falconi 

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