abr . 2022 .

Os impactos das novas tecnologias na educação e o papel das empresas nesse cenário

A tecnologia pode contribuir para o avanço da educação no Brasil. No entanto, ainda há desafios envolvidos na sua implementação, principalmente quando falamos em desigualdades sociais.

Os impactos das novas tecnologias na educação e o papel das empresas nesse cenário



Com o uso de novas tecnologias se expandindo constantemente, os impactos desse cenário na educação precisam ser debatidos. Se antes discutíamos como a internet permitiu que o acesso à informação, a construção do conhecimento e a comunicação acontecessem de forma ágil e fácil, agora Inteligência Artificial (IA) e Big Data estão cada vez mais presentes no campo educacional.

Segundo Izabela Murici, sócia da Falconi, esse é um caminho que vem para somar na solução de problemas e na assertividade das ações educacionais. “Hoje há sistemas de informação completos, que conseguem identificar o que o professor passou na aula, onde o aluno teve dificuldade e fazer com que a recuperação daquele aluno seja mais direcionada para aquilo que ele realmente precisa”, afirma.

O relatório “Intelligence Unleashed – an argument for AI in education, do UCL Knowledge Lab, reforça que o uso dessas novas tecnologias permite entender como melhorar o aprendizado e os sistemas de gestão escolar, uma vez que consegue fornecer suporte inteligente aos alunos, criar ambientes virtuais autênticos e resolver problemas, como lacunas de desempenho e retenção.

Além disso, a pesquisa também destaca que, com a expansão da aplicação de IA na educação, os professores poderão oferecer aos alunos experiências educacionais mais personalizadas, flexíveis, inclusivas e envolventes.

De acordo com Izabela, todas essas vantagens precisam ser aproveitadas, com planejamento e preparação dos professores, dos gestores, das famílias e dos alunos. “As tecnologias não chegam para substituir os professores, mas para fortalecer e agregar ainda mais valor na aprendizagem”, diz a especialista.

 

Há um grande desafio pela frente

Entretanto, a tecnologia tem encontrado alguns obstáculos para revolucionar a educação brasileira. Um dos desafios é a desigualdade de acesso à internet pela população. No Brasil, mesmo que nos últimos anos os números estejam mais positivos com o avanço de redes públicas gratuitas, ainda há muitos habitantes que não possuem conectividade em suas residências.

Segundo o estudo “Educação e Tecnologias Digitais: Desafios e estratégias para a continuidade da aprendizagem em tempos de Covid-19” (NIC.br 2021), 83% dos domicílios têm acesso à Internet; contudo, 39% destes não têm computador. Os dados também revelam que a situação é ainda mais vulnerável em regiões como as de áreas rurais: somente 17% das residências na zona rural contam com computador.

Além disso, a maneira como uma pessoa utiliza a internet também pode interferir no desenvolvimento de algumas atividades educacionais, considerando a limitação de dados móveis, por exemplo. Ainda conforme o estudo, 22% dos domicílios se conectam via chip 3G ou 4G.

Outro desafio é o acesso à educação básica no país. Segundo dados divulgados no relatório “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um alerta sobre os impactos da pandemia da Covid-19 na Educação”, da UNICEF, em parceria com o Cenpec Educação, cerca de 1,5 milhões de crianças e adolescentes estavam fora da escola em 2020, enquanto 3,7 milhões estavam matriculados, mas não frequentavam as aulas – totalizando 5,1 milhões de jovens sem acesso à educação.

Crianças e adolescentes pretos, pardos e indígenas foram os mais impactados, correspondendo a 69,3% do total sem acesso à educação. A UNICEF aponta que os números são preocupantes e que os efeitos do cenário podem fazer o país regredir até duas décadas em quesitos de educação básica, já que mais de 40% das crianças sem acesso possuem entre 6 e 10 anos.

 

A importância de enxergar a educação como elemento básico – e qual é o papel das empresas nisso

A perspectiva do futuro que desejamos só será possível se investirmos em educação básica de qualidade. Por isso, ela deve estar na pauta de todos. É preciso colocar a equidade no centro das respostas emergenciais do sistema de ensino.

 “Eu acredito nisso, vejo que a gente tem dezenas, centenas e milhares de histórias com essa transformação. Quando uma pessoa tem acesso à boa educação, ela tem novas possibilidades. Os jovens que conseguem completar o ensino médio, ingressar em algum curso técnico ou superior, têm a chance de modificar não só a realidade deles, mas da família e da sua comunidade”, ressalta Izabela.

Neste sentido, o setor privado tem um papel relevante de incentivo à transformação. A parceria entre instituições e organizações educacionais pode fornecer valores importantes na formação de um cidadão, colaborar para a expansão da conscientização pública e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico. “Uma consultoria pode e deve trabalhar diretamente para contribuir com a melhoria da sociedade, usando ferramentas, métodos, informações e conhecimentos nesse processo”, exemplifica Izabela.

“A tecnologia tem que estar no nosso mindset para agregar valor, e isso é só um meio, não um fim. Um meio importante para a gente chegar em melhores resultados para os nossos clientes, na educação e na sociedade como um todo”, completa.

 

Desenvolvimento Sustentável para transformar a educação

O compromisso com o Desenvolvimento Sustentável e Socioeconômico do país está integrado na essência da Falconi. Com premissas de ESG – Ambiental, Social e Governança – e iniciativas pautadas na Agenda 2030 de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, atuamos diretamente na geração de impacto social.

Especificamente com o ODS 4 (Educação de Qualidade), concentramos nossos esforços de maneira consistente em projetos e parcerias para influenciar a mudança no cenário da educação brasileira. “No nosso ESG interno, que chamamos de desenvolvimento sustentável da Falconi, temos a oportunidade de apoiar diversas organizações que são influenciadoras de políticas públicas e que desenvolvem projetos de impacto social direto em educação, como Todos Pela Educação, Parceiros da Educação e Gerando Falcões”, explica Izabela.

“Essa é uma forma de multiplicar o impacto, compartilhar e transferir conhecimento”, pontua a executiva. A realização de ações com foco em educação não apenas colabora para o avanço da população como um todo, mas também fortalece a formação de uma base de aliados ao tema nas organizações – e a expansão dessa base, valorizando a educação e fomentando gestão de qualidade, pode ajudar a reduzir desigualdades e gerar mais oportunidades.

 

Vamos juntos em busca de resultados que impactem positivamente a sociedade?

 

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