nov . 2021 .

Violência contra a mulher: como as organizações podem ajudar nesta luta?

Como identificar mulheres que possivelmente estão nestas situações? Como prestar este suporte e, muito importante, como cumprir o seu papel na prevenção?

Violência contra a mulher: como as organizações podem ajudar nesta luta?



Novembro é um mês dedicado à luta pelo fim da violência contra a mulher. Especialmente, no dia 25 de novembro, é celebrado o Dia da Não-Violência à Mulher. Um tema que, em meio à pandemia, se tornou ainda mais forte e importante de ser debatido nos meios sociais e profissionais. Mas qual será o papel das organizações no combate à violência? Como identificar mulheres que possivelmente estão nestas situações? Como prestar este suporte e, muito importante, como cumprir o seu papel na prevenção?

O impacto da violência doméstica permeia não somente a saúde da mulher, como também sua produtividade no trabalho, ausências no dia-a-dia, oportunidades e ofertas de crescimento, entre outros. Um estudo feito em parceria com o Banco Mundial, em 2019, estimou que, no Brasil, 1,2% do PIB perde-se em produtividade pela violência à mulher (aproximadamente US$ 21 bilhões) ao ano.

Hoje, em função da pandemia, as mulheres estão isoladas, em suas próprias casas, com seus agressores. Afinal, 2 em cada 3 assassinatos por feminicídio (crime de assassinato de mulher) acontecem dentro de casa, e ainda, mesmo após agressões de menor grau, 52% das mulheres não tomam nenhuma atitude de reportar o crime, após sofrer a violência (Pesquisa Visível e Invisível , 2018).

 

Tudo começa com a EDUCAÇÃO! Precisamos saber o que estamos combatendo!

Já está claro que o principal meio para trabalhar os temas de Diversidade e Inclusão, como o combate ao machismo, à violência, começa com a Educação. Uma das maneiras que têm dado certo é a criação dos grupos de afinidades. Um dos objetivos dos grupos é promover discussões, workshops e criar espaços seguros para a troca e aprendizado.

É importante que as organizações ensinem, por exemplo, os diferentes tipos de violência contra a mulher, previstos na Lei Maria da Penha, pois ao contrário do que muitos acreditam, a violência não é somente física.

  • Violência Psicológica: esta é uma das mais difíceis de a vítima se identificar. Provém de ações que causam dano emocional, diminuem sua autoestima, e ainda podem ter a intenção de controlar o seu comportamento (ameaçar, constranger, chantagear, humilhar, perseguir, isolar da família e/ou amigos, impedir de trabalhar/estudar, etc).
  • Violência Moral: ações que configurem calúnia, difamação ou injúria (acusar de traição, expor a vida íntima, colocar em dúvida sua índole por conta de comportamentos, como o modo de se vestir, etc).
  • Violência Patrimonial: é a retenção ou destruição parcial/total dos bens, valores, direitos, recursos econômicos ou até pessoais da mulher (controlar dinheiro, privar de bens, deixar de pagar pensão alimentícia, etc).
  • Violência Física: é quando atinge a integridade ou a saúde corporal da mulher (bater, apertar, estrangular, torturar, etc).
  • Violência Sexual: pode ser um ato físico ou constrangimento presencial, forçar a manter ou participar de relação sexual não desejada (estupros, impedir o uso de métodos contraceptivos, obrigar o aborto, etc).

É também importante que as organizações promovam a educação de forma a auxiliar mulheres que estão nestas situações, a identificarem o relacionamento abusivo. Existem três fases no Ciclo de Violência Doméstica:

  1. Aumento da tensão: o agressor começa a ficar irritado com questões pequenas do dia-a-dia, possui ataques de raiva, pode ameaçar a vítima. E, principalmente nesta fase, a vítima ainda pode se sentir culpada por provocar estas emoções no agressor, que responsabiliza a vítima, justificando assim seu comportamento violento.
  2. Ataque violento: nesta etapa ocorre a agressão de fato (qualquer um dos tipos de violência citados acima).
  3. Lua de Mel: é muito comum que o agressor, diga-se arrependido, peça desculpas, retomando um comportamento mais carinhoso. Infelizmente, isto acontece até retornar novamente à etapa 1 do Ciclo.

 

Conhecendo mais sobre o problema, como as organizações podem prestar SUPORTE a estas vítimas?

Existem diversos canais de denúncias públicos que são importantes de serem constantemente reforçados na cultura e nas rotinas de Comunicados da organização. O principal canal é o 180, Central de Atendimento à Mulher, disponível 24h por dia. É importante informar que este canal não é restrito às mulheres, é um canal disponível também para homens que se identificarem no papel de agressor, e querem buscar ajuda para mudar seus comportamentos. É possível solicitar orientações de como reverter este ciclo.

Mas, se a violência estiver acontecendo, a polícia militar deve ser chamada através do 190. Além destes e de outros canais públicos existentes (Delegacias da Mulher, Defensoria Pública, Ministério Pùblico, etc), é importante que as organizações tenham seu próprio canal interno, cujo objetivo seja não só identificar situações que ocorrem dentro da própria empresa, nas suas equipes e nas relações de lideranças, mas também nos outros meios, como pessoais.

A criação de um espaço para acolhimento, recebimento de denúncias e orientações é uma excelente estratégia para tornar a sua empresa um lugar seguro, saudável e, em consequência, mais produtivo.

Portanto, se a sua organização ainda não possui, crie este canal. Ou, se já possui, todos os seus colaboradores têm ciência da existência? Sabem onde encontrar, seus objetivos, e para quais temas é possível procurá-lo? Esta é uma prática que deve ser frequentemente incentivada pela organização, pelas lideranças, e que não só a denúncia seja incentivada, mas que atitudes de fato sejam tomadas por fim: um contato com a vítima, ações que precisarem ser concretizadas contra o acusado/agressor, neste caso, ou o apoio à vítima na violência doméstica também.

Na Falconi, além da existência do Programa de Compliance, acreditamos que a educação transforma, por isso, um dos nossos grupos de afinidade, o Falconi 8.03 (nomeado devido à data de 8 de março, Dia Internacional da Mulher), trata especificamente do tema de Equidade de Gênero.

O grupo tem os pilares de Desenvolvimento de Mulheres, Parentalidade e Masculinidade (nosso grupo reflexivo de homens). Desde sua existência, trabalhamos a temática de educação por meio de cartilhas educativas, rodas de conversas e eventos para troca de experiência e reflexão conjunta. Por fim, o grupo também propõe e atua em ações afirmativas como revisão de benefícios para pais e mães, estruturação do processo de acolhimento das mães, desenvolvimento e implantação do plano de ação para a meta de 30% de mulheres na alta liderança até 2025, entre outros. Quer conhecer mais sobre o nosso compromisso com Diversidade & Inclusão, sob a ótica de Equidade de Gênero? Mande um e-mail para [email protected].

 

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