A crescente acessibilidade da inteligência artificial (IA) está remodelando a forma como indivíduos, startups e grandes empresas operam, tornando-se um recurso cada vez mais valioso em diversas áreas. Para as corporações, a adoção da IA oferece um vasto leque de vantagens competitivas, mas é fundamental que essa adoção esteja estrategicamente alinhada com os objetivos e o planejamento da organização, pois qualquer equação estratégica que não multiplica seu impacto com o uso da tecnologia, o resultado é zero.
Este alinhamento estratégico requer uma análise detalhada dos objetivos corporativos, oportunidades de mercado, desafios internos e externos, regulamentações necessárias, cultura organizacional, desenvolvimento de competências e gestão de mudanças.
Definir metas claras e indicadores precisos emerge como passo crucial nesse processo. Fica cada vez mais evidente que empresas que estabelecem metas claras para a adoção de IA tendem a alcançar melhorias significativas em seu desempenho operacional. Uma pesquisa global conduzida pelo MIT Technology Review Insights revelou que apenas 9% dos líderes globais estão usando IA de forma efetiva para alavancar os seus serviços.
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Manter essa clareza permite um uso mais eficiente dos recursos e facilita a identificação e o ajuste de projetos que podem não estar contribuindo para os objetivos estratégicos da empresa. A tecnologia, especialmente a IA, tem se tornado um componente estratégico essencial. Contudo, sua adoção deve ser vista como parte de um plano mais abrangente, envolvendo inovação, cultura organizacional e liderança, e não como solução isolada.
O gerenciamento de expectativas e a definição dos resultados esperados são essenciais para o sucesso dessas iniciativas. Vimos em nosso dia a dia como consultoria que a falta de objetivos claros e expectativas realistas são as principais razões para o fracasso de muitos projetos de IA. Assim, é vital que as empresas estabeleçam o que esperam alcançar com a implementação da IA e se comprometam com esses objetivos.
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Adicionalmente, fomentar uma cultura organizacional que valoriza a inovação é decisivo para a implantação bem-sucedida. A capacitação contínua e o incentivo ao aprendizado ajudam a superar resistências e promovem um ambiente de inovação contínua.
A regulação e governança da IA também se apresentam como aspectos críticos. Não à toa, o mesmo estudo do MIT indica que quatro em cada cinco entrevistados citaram regulamentação, conformidade e privacidade de dados como principais barreiras para a utilização imediata de ferramentas. É evidente a necessidade de estabelecer padrões de governança e transparência para assegurar a segurança, eficácia e responsabilidade no uso da IA. Essa abordagem regulatória visa não apenas proteger os usuários e sociedade, mas também orientar as empresas na adoção responsável de tecnologias de IA.
Embora ainda estejamos nos estágios iniciais da adoção da IA, sua capacidade de transformação evolui dez vezes a cada seis meses, conforme apresentado no SXSW 2024, abrindo novos caminhos e possibilidades. A combinação de diferentes técnicas de IA promete não apenas impulsionar a inovação, mas também criar experiências únicas e gerar resultados significativos para os negócios. Para as empresas que buscam se manter competitivas e à frente no mercado, a integração estratégica da IA ao seu planejamento e operações não é apenas uma opção, mas uma necessidade.
*Artigo originalmente publicado pela EXAME, em 25 de março de 2024.
** Breno Barros é CTO da Falconi