mar . 2025 .

Operação de Tecnologia Eficiente: governança e otimização aumentam a eficiência no uso de nuvem

Com a prática, lideranças conseguem aumentar eficiência dos negócios, alinhar a TI à estratégia da empresa e evitar questões como o custo excessivo

Por Breno Barros *

Operação de Tecnologia Eficiente: governança e otimização aumentam a eficiência no uso de nuvem



Nas conversas com CIOs e CTOs, um tema sempre é recorrente: o mau uso das tecnologias de nuvem que resulta em custos excessivos e projetos sem retorno de investimento (ROI). Não à toa, segundo pesquisa da Forrester Research, a melhoria da margem operacional é uma das principais dores de 91% das lideranças de TI. Mas há uma saída com medidas simples: a prática conhecida como Operação Eficiente de Tecnologia da Informação. 

Ela se fundamenta em quatro pilares que, à primeira vista, parecem evidentes, mas que frequentemente são negligenciados. Entre esses pilares, além dos custos com a nuvem, estão a identificação de recursos configurados de forma inadequada, a falta de compreensão dos modelos de precificação e a ausência de estratégias para otimização da cloud. 

Se implementadas de maneira adequada, essas medidas proporcionam uma gestão eficiente dos recursos tecnológicos, permitindo a identificação de falhas antes que ocorram desastres técnicos ou financeiros. Isso é particularmente valioso para empresas que buscam manter suas contas sob controle e alcançar indicadores positivos de eficiência em TI. 

Vamos às medidas: 

Combater a má gestão e otimizar recursos 

Os provedores de nuvem geralmente são responsáveis por fornecer e promover o uso de ferramentas adequadas para o gerenciamento de custos, previsão, relatórios e transparência de gastos. No entanto, essa responsabilidade também deve ser parte da governança do cliente, ou seja, estar integrada à rotina da equipe financeira da empresa – só assim se alcança maior eficiência. A liderança precisa apoiar, incentivar e monitorar esse trabalho. A ineficiência na gestão de recursos e a falta de estratégias de otimização da nuvem são os principais fatores que contribuem para os custos excessivos. Sem abordar essas questões, as lideranças enfrentarão recursos subutilizados ou provisionamento excessivo, o que, no final das contas, representa dinheiro desperdiçado – como, por exemplo, armazenamento não utilizado. 

Planejar custos de Inteligência Artificial 

A IA traz benefícios, isso já sabemos. Mas, se seu uso for mal planejado, pode se transformar em um devorador de recursos. Em minhas conversas com clientes, é normal ouvir sobre como a IA Generativa é uma voraz consumidora dos serviços de nuvem, elevando a despesa de TI até se tornar inviável. Lideranças, portanto, têm desafios de como aprender, desenvolver e gerenciar adequadamente o uso da tecnologia. 

Como colocar tudo isso em prática? Garantindo a governança, restringindo acessos, revisando cargas de trabalho e alinhando investimentos com os objetivos do negócio, de forma a evitar desperdícios e garantir eficiência operacional. Além do bom planejamento financeiro, é crucial capacitar a equipe para avaliar custos e benefícios de modelos e serviços, equilibrando inovação com sustentabilidade financeira. Mais que isso: a gestão deve alinhar investimentos em IA com os objetivos estratégicos da empresa, para impacto real e previsibilidade nos gastos. 

Avaliar a transformação digital 

Custos excessivamente altos de nuvem acontecem, geralmente, por desenvolvimento inadequado do plano de transformação digital da empresa. Muitos exemplos são encontrados em iniciativas de migração de serviços para nuvem que estão desalinhadas da estratégia de negócios. Quando isso acontece, elas tendem a elevar o provisionamento acima do necessário, ou, pior, a dispersar os recursos com a cloud. 

A boa governança exige uma avaliação constante do processo de transformação digital, com visão estratégica e alinhamento com os objetivos do negócio. Além da tecnologia adequada, lideranças devem priorizar uma cultura de inovação e, sobretudo, a capacitação do time. Só assim se conquista mudança organizacional efetiva, garantindo a adoção e a escalabilidade das soluções digitais. 

Não usar nuvem sem estratégia definida 

Adotar a nuvem sem uma estratégia pré-estabelecida pode resultar em descontrole de despesas e desperdício de recursos. A falta de um plano claro para implantação, manutenção e expansão pode fazer com que as despesas aumentem rapidamente. Da mesma forma, sem análise detalhada do custo total de propriedade e práticas de FinOps para otimizar gastos com tecnologia, é difícil maximizar o valor comercial dos investimentos e tomar decisões baseadas em dados – o que pode comprometer tanto a eficiência operacional quanto a sustentabilidade financeira da organização. 

Uma estratégia de nuvem bem estruturada permite avaliar as implicações financeiras em relação aos objetivos de negócio, com a expectável justificativa comercial. Além disso, é essencial estabelecer uma base de nuvem robusta, que inclua segurança, governança, conformidade regulatória e automação, garantindo um ambiente escalável e sustentável para atender às demandas atuais e futuras. 

Por Breno Barros, CTO e VP de Soluções Digitais da Falconi 

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