A indústria da construção civil ainda enfrenta barreiras à inovação e à adoção de novas tecnologias, mas o uso de inteligência artificial (IA) vem crescendo de forma consistente. A nova edição do Termômetro Falconi da Construção Civil, realizada pela Falconi em parceria com o Ecossistema Sienge, mostra que 37% das empresas do setor já utilizam soluções baseadas em IA, em comparação com os 15% registrados na edição de 2023.
Entre as tecnologias mais adotadas estão BIM (55%), CRM (43%) e Lean Construction (41%). Ainda assim, há espaço para evolução: apenas 10,8% dos respondentes avaliam o setor como altamente inovador. Apesar de o setor ser considerado conservador, 20,8% se dizem otimistas quanto a possíveis transformações nos próximos anos.
Escassez de profissionais é o principal desafio da construção civil
O ano segue em ritmo moderado para a construção civil. Seis em cada dez executivos avaliam que o setor está em estagnação, tendência que deve se manter nos próximos meses.
Os principais obstáculos apontados continuam sendo a escassez de mão de obra qualificada e o alto custo do financiamento para novas obras. A falta de profissionais é a maior preocupação, citada por 71% dos entrevistados, contra 52% em 2023. Em seguida aparecem as altas taxas de juros (48%), o custo de materiais e serviços (37%) e a demanda de mercado (36%).
Na edição anterior da pesquisa, a demanda de mercado era o principal desafio (63%), o que evidencia uma mudança estrutural nas prioridades do setor.
“É inegável que a dificuldade em atrair e reter mão de obra qualificada atrasa a transformação do setor”, afirmou o vice-presidente da unidade de negócios da Falconi especializada em Indústria de Base e Bens de Capital, André Chaves.
Gestão e qualificação de equipes são prioridades
Para superar os desafios de curto prazo, os executivos destacaram como principais ações:
- Melhorar a gestão de custos das obras (74%)
- Investir em treinamento e qualificação das equipes (57%)
- Fortalecer a marca (43%)
Na pesquisa de 2023, as empresas priorizavam cumprir prazos de entrega (66%), melhorar a experiência do cliente (44%) e investir em industrialização (41%). A nova edição reforça a importância da maturidade em gestão e da capacitação contínua como diferenciais competitivos.
Em 2025, 35% dos entrevistados afirmaram que suas empresas possuem um planejamento estratégico de longo prazo, prevendo lançamentos, margens esperadas e diferenciais competitivos.
“Mais do que buscar a inovação pela inovação, temos que entender quais problemas são prioritários para serem resolvidos, definir as soluções mais adequadas (com e sem tecnologia), estabelecer padrões robustos de execução, criar rotinas de monitoramento e alinhar objetivos entre obra e matriz”, explicou o VP da Falconi.
O executivo alertou ainda que, sem maturidade de gestão e treinamento adequado, há risco de subutilização das soluções digitais. “Sem ações de capacitação, as empresas correm o risco de não conseguir implementá-las de forma efetiva”, completou.
O Termômetro Falconi da Construção Civil contou com a participação de 120 executivos, sendo 35% deles CEOs, proprietários ou diretores. As entrevistas foram realizadas entre 2 de junho e 10 de julho de 2025.