jul . 2025 .

Diagnósticos errados e pouca austeridade: a receita conhecida para crises econômicas

Focar apenas na arrecadação, sem enfrentar os problemas estruturais dos gastos, tende a agravar crises fiscais

Por Alexandre Ribas

Diagnósticos errados e pouca austeridade: a receita conhecida para crises econômicas



Crises fiscais recorrentes ao redor do mundo frequentemente decorrem de erros de diagnóstico, especialmente em momentos de pressão sobre as contas públicas. Governos, independentemente da ideologia, tendem a adotar soluções imediatistas de aumento de arrecadação em vez de enfrentar reformas estruturais no lado das despesas. Isso gera perda de confiança, fuga de capitais, inflação e, em casos extremos, colapsos econômicos — como demonstram os exemplos da Grécia, Venezuela e Brasil, onde respostas equivocadas apenas agravaram as crises.

Essas situações mostram que a resistência política e burocrática às reformas do gasto público leva à repetição de ciclos nocivos. A preferência por medidas rápidas, como aumento de impostos, em detrimento da reavaliação de despesas, é mais palatável, mas também mais perigosa. Sem revisar a qualidade e eficiência dos gastos, os governos colocam em risco sua credibilidade fiscal e comprometem o crescimento econômico. Reformas são difíceis, mas necessárias para garantir sustentabilidade a longo prazo.

A saída responsável não passa por cortes generalizados, mas por qualificação do gasto, priorização de investimentos e melhoria da governança. Diagnósticos precisos exigem lideranças comprometidas com a análise baseada em evidências e com uma máquina pública técnica e eficiente. Em um cenário global mais exigente, governos precisam aprender que enfrentar de forma realista os desequilíbrios fiscais é essencial para evitar desastres econômicos.

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