Com um perfil diferenciado do restante do mundo, o agronegócio brasileiro conta com produtores rurais mais abertos ao uso de tecnologia e à adoção da cultura de inovação nos seus negócios. Este movimento acontece em razão da faixa etária média dos agricultores brasileiros, que é menor do que a de outros países que se destacam no segmento. É uma geração que se mostra entusiasta para promover a revolução digital do agro no país.
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São empreendedores prontos para o trabalho de sucessão familiar, e que não visam desvalorizar toda a difícil jornada pelas gerações anteriores, ao mesmo tempo em que estão disponíveis a aproximar seus negócios do que há de mais novo no mercado.
Para engrossar esse caldo, são negócios que se inserem em um mercado brasileiro específico, marcado por reunir condições favoráveis ao aumento de produtividade das áreas cultiváveis, sem a necessidade de aumento da área de produção. O cenário coloca o Brasil em uma posição de destaque no combate à insegurança alimentar, por exemplo, nos tornando um grande player global na produção de alimentos.
Mesmo assim, os desafios no contexto macroeconômico são diversos – reforçados por dados do setor. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve fechar o ano com uma queda de 4,11%.
A queda pode ser ligada a subida do valor de fertilizantes e agroquímicos, alta inflação de energia e alimentos, além dos impactos logísticos causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia e um clima desfavorável à produção. Junto a isso, a CNA projeta que o crescimento mundial do segmento em 2023 será mais lento. No Brasil, a expectativa é de que o PIB do agro fique entre 0% e 2,5%.
E esses são apenas alguns dos elementos presentes na mesa das corporações do agro. Posto este macro cenário, entram também na discussão pautas de extrema relevância para 2023 e os anos seguintes, como sustentabilidade, eficiência e tecnologia. O setor precisará no ano que vem trabalhar melhor temas como economia de baixo carbono, eficiência energética, gestão de riscos, alta nos custos de produção, entre outros desafios.
Ao se deparar com esses movimentos, é esperado que o setor busque meios para se defender e chegar ainda mais pronto para melhorar os resultados de 2022. Com uso de tecnologia de ponta e metodologia de gestão, a expectativa é que as companhias do segmento encarem melhor tudo isso que passará em seu caminho. Por isso, é esperado que algumas tendências possam ser vistas no mercado em 2023, como maior conectividade, aderência ao IoT (internet das coisas), blockchain na cadeia e muito mais.
A seguir, confira as principais tendências e desafios para o agronegócio em 2023:
Desafios
– Impacto da sustentabilidade na rede de valor das empresas
– Transição para economia de baixo carbono
– Segurança e eficiência energética para redução de emissões de CO²
– Papel do alimento no sistema de saúde e bem-estar
– Gestão de riscos em cenários de maior incerteza
Tendências
– Maior conectividade
– Incorporação de IoT (internet das coisas) na produção
– Adoção de mais ferramentas de agricultura de precisão
– Uso de blockchain para rastreabilidade de produtos
– Minimização do impacto ambiental