A revolução tecnológica tem redesenhado o setor logístico no Brasil. Um levantamento da Data Makers revelou que oito em cada dez executivos de alto escalão consideram a inteligência artificial (IA) uma prioridade para o segmento. A automação de armazéns, as ferramentas para previsão de demanda e a otimização de rotas, por exemplo, são iniciativas que comprovam a aplicação de tecnologias em diversas frentes do setor. Com isso, as operações logísticas têm ganhado em eficiência e redução de custos.
Segundo a National Retail Federation (NRF), a cadeia de suprimentos em 2025 será marcada por três características essenciais: adaptabilidade, eficiência e resiliência. No varejo, desafios como a incerteza em relação ao impacto das tarifas americanas sobre a China, México e Canadá seguem como pontos de atenção. As ameaças também rondam os países do Brics. Em um cenário como este, a evolução tecnológica pode ajudar as empresas a se prepararem melhor para eventuais avanços na cadeia global de suprimentos.
Entre as principais tendências que devem impactar a logística estão a adoção crescente de robótica avançada e a automação em centros de distribuição, além da implementação do blockchain para aprimorar o rastreamento de mercadorias. A Internet das Coisas (IoT) também vem sendo incorporada ao setor, permitindo um monitoramento mais preciso e ágil das operações logísticas.
Essas tendências, no Brasil, são mais complexas, já que o setor precisa resolver desafios como a infraestrutura deficiente, o alto custo do transporte, a complexidade tributária e a falta de mão de obra qualificada.
Nos países mais desenvolvidos, com maior maturidade no setor de logística, de acordo com uma pesquisa da International Data Corporation (IDC) de 2024, as lideranças do setor esperam que a IA contribua significativamente para a otimização da pegada ecológica (45%) e para a redução dos prazos de entrega (42%). Entre os gestores ouvidos, 41% têm a expectativa de ampliar a automação de depósitos, 36% pretendem reduzir os custos, e 35% esperam otimizar as rotas de transporte.
A automação de armazéns e centros de distribuição já é uma realidade, e a tendência é que a robótica ganhe ainda mais espaço nos próximos anos. Empresas estão investindo em soluções que vão desde esteiras inteligentes até robôs autônomos capazes de organizar estoques e preparar pedidos de forma mais ágil e eficiente.
Com a integração de IA, blockchain e IoT, a logística está se tornando mais preditiva e menos reativa. As empresas agora podem antecipar problemas e ajustar operações em tempo real, evitando atrasos e reduzindo custos desnecessários. Essa evolução contribui diretamente para a melhoria da experiência do consumidor e para a competitividade das organizações.
Esse será o caminho natural das empresas que buscam inovar. A tecnologia é essencial na superação de desafios como baixa produtividade, ineficiência operacional e altos custos. A automação de processos com IA e sistemas integrados, por exemplo, permitem maior controle e previsibilidade, reduzindo desperdícios e prazos de entrega. Além disso, a roteirização inteligente e a gestão estratégica de estoques aumentam a eficiência e a satisfação dos clientes. São essas ações que maximizam resultados e geram valor sustentável aos negócios.
* Daniel Oliveira é VP da Unidade de Negócios da Falconi para Energia e Serviços Financeiros