O ano de 2023 será desafiador para a gestão de pessoas. A tão aclamada transformação digital começa a se tornar realidade e a assumir um papel importante no movimento de racionalização dos negócios. Além disso, eleva a tendência de pulverização de soluções cada vez mais específicas e especializadas para cada subsistema da área de gente. Isso implica na necessidade de uma organização ou de uma centralização dos dados gerados. Só assim gestores poderão tomar as melhores decisões, de forma mais assertiva.
Neste ano, a temática de novos modelos de trabalho permanecerá na pauta, mas deve navegar não mais pela discussão do remoto x presencial. Esse assunto parece estar equilibrado, com cada tipo de negócio se ajustando ao que parece ser mais adequado. A conversa agora deve girar em torno de papel da liderança, cultura e tecnologia. Tudo isso com foco em adequação de estrutura para o novo ciclo econômico que se inicia.
Aliás, o novo período traz uma mudança de governo que pode gerar incertezas a curto prazo até que o rumo a ser tomado fique mais claro. Até lá, pautas ESG (environmental, social and governance) e de Diversidade & Inclusão seguirão recebendo investimentos, porém com mais parcimônia e cautela. Outro aspecto macroeconômico importante para 2023 é a desaceleração na liquidez de capital para novas venturas, dado o cenário de altas taxas de juros, não só Brasil, mas em todo o mundo. Esses dois fatores combinados apontam para movimentos de reorganização e de enxugamento de estruturas.
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Nesse cenário, executivos de RH terão um papel fundamental para que os movimentos respeitem boas práticas de gestão da mudança e job design. Com times mais enxutos e amplitude de controle maior, o Middle Management das empresas será pressionado por resultados. Com o Top Management focado em transformação de negócios e os times ainda mais demandantes de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, a pressão recai no time de “meio de estrutura”. Isso demandará esforços de desenvolvimento e suporte.
Caberá às empresas apostar numa boa gestão para que a resposta das organizações a esse contexto seja mais assertiva e adequada. Soluções baseadas nos pilares de Cultura e Liderança, Organização e Experiência e Tecnologia e Dados podem apoiar companhias em direção a um novo modelo de estrutura e negócio. Toda essa transformação dos RHs passa necessariamente pelo uso de tecnologias e pela geração de dados em escalas cada vez maiores, sendo people analytics um diferencial estratégico na gestão de pessoas.
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Não é um desafio simples para a área de recursos humanos ser orientada pela coleta e pela análise de dados. Há resistências internas e obstáculos culturais e de recursos. Para ajudar nessa missão, a formação das capacidades necessárias para essa mudança deve ser bastante demandada em 2023. Hoje, já está comprovado que esse é o caminho para uma gestão de pessoas mais humana e conectada às necessidades das empresas.