Quais serão os grandes desafios e as principais tendências na área de saneamento em 2023? Temas como o novo Marco Legal do Saneamento Básico no país e a manutenção do sistema aparecem como preocupação dos gestores neste ano. Do outro lado, o uso de inteligência artificial e de soluções de IoT (Internet das Coisas) para gestão das redes de distribuição e coleta podem elevar o patamar de inovação e otimizar os resultados.
Diretor da unidade de negócios da Falconi que fornece soluções para as áreas de Saúde, Educação, Saneamento e Serviços Públicos, Vinicius Brum diz que a universalização dos serviços de água e esgoto até 2033 é o principal desafio do setor. “É preciso tracionar iniciativas para viabilizar essas metas de longo prazo e não há alternativa sem olharmos para eficiência, capacidade e inteligência de investimento”, aponta o diretor da Falconi.
Brum cita também objetivos que vão além, como, por exemplo, contratos com licitação, formação de blocos regionais e aumento da segurança regulatória, entre outros. “Para alcançar as metas de universalização serão necessários altos investimentos para diminuir a taxa atual de perdas, ampliar a extensão da rede para regiões com baixa cobertura e fortalecer a capacidade econômica e financeira de prestadores de serviços. Sem inteligência nos processos que suportam tudo isso, é difícil de cumprir a agenda.”
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Outro ponto destacado é a continuidade da ampliação da participação privada no setor por meio de novas concessões. Com as definições do Novo Marco Legal, Vinicius explica que empresas privadas deverão realizar investimentos representativos para construir redes mais eficientes de água e esgoto. Segundo o executivo, essa nova infraestrutura estará focada na redução das perdas de água para reduzir custos e melhorar a eficiência.
Para Brum, estas iniciativas deverão envolver controles avançados de processos, com a aplicação de tecnologia que permita o monitoramento remoto ou automatizado e uma visão otimizada do mapa hidráulico das operações. “Concessões de entes privados e públicos devem se tornar fator chave. Para a universalização dos serviços, operadores deverão encontrar caminhos para atender grandes, médias e pequenas localidades, fazendo melhor uso do Capex (despesas de capital) e com mais eficiência na aplicação do OPEX (despesas operacionais). Isso é possível e pode trazer ganhos extraordinários.”
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Veja abaixo a lista das principais tendências e dos grandes desafios do setor em 2023:
Desafios:
- Iniciativas para viabilizar as metas de longo prazo para a universalização dos serviços de água e esgoto. Estudos preveem investimentos de até R$ 600 bilhões;
- Manutenção de redes e adoção de tecnologias para reduzir perdas de água;
- Desenvolvimento de tecnologias com uma boa relação entre custo e benefício para eliminação de micro poluentes nas águas residuais;
- Preocupação das cidades modernas na sustentabilidade financeira e ambiental na gestão inteligente do saneamento, com soluções que incorporem informação e tecnologia da comunicação com dados em tempo real e reações rápidas.
Tendências:
- Maior participação privada por meio de novas concessões a partir de grandes investimentos de empresas privadas para ampliar a eficiência do sistema;
- Temática ESG em alta, com forte exigência do mercado e da sociedade;
- Ganhos de eficiência operacional com adoção de novas tecnologias;
- Novas tecnologias de rede IoT têm sido introduzidas frente ao desafio de outras tecnologias wireless mais caras. Hoje, a introdução de Inteligência Artificial (IA) em discussões de otimização no setor de saneamento é crescente no mercado.