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Como se preparar para o mercado de construção civil em 2023

Adoção de inteligência artificial e maior entendimento da jornada do cliente são alternativas para empresas do setor driblarem os desafios econômicos

André Chaves

Como se preparar para o mercado de construção civil em 2023



A indústria de construção civil encerra 2022 com resultados positivos. Ao longo do ano, o setor obteve resultados melhores do que a economia nacional em todas as bases de comparação, segundo dados do IBGE. Mesmo assim, as empresas da indústria terão de enfrentar alguns desafios para se manter em crescimento ao longo do ano que vem.

Questões como juros elevados, que podem afetar o desenvolvimento de novos projetos de capital; tímida retomada do investimento privado em infraestrutura, poucas obras relevantes dentro do setor público e um cenário de privatização ainda incerto devem afetar o mercado brasileiro durante 2023. Junto a esses desafios, há também a escassez de mão de obra qualificada, o aumento nos custos de materiais e serviços e a elevação dos valores de aquisição de terrenos nos principais centros urbanos.

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André Chaves é diretor da unidade de negócios da Falconi que fornece soluções para a indústria de base e infraestrutura.

Contudo, o Brasil também está inserido em um cenário de oportunidades, formado prioritariamente pelo setor de mineração e siderurgia, que devem apresentar obras relevantes, pelo setor de saúde, marcado por obras hospitalares, em expansão e pela retomada de obras de retrofit em cidades como São Paulo.

Para se inserir neste cenário, as companhias do setor terão que se preparar para dar conta de outros pontos, visto que as expectativas são altas. Depois de registrar mais de 430 mil novas vagas com carteira assinada entre março de 2020 e maio de 2022, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a previsão da Prospecta Analytica para 2023 é de um crescimento total do setor de 4,5%, em relação a 2022.

Nessa conta, o mercado de real estate, por exemplo, precisará trabalhar melhor questões como preservação de rentabilidade ao longo do ciclo de vida dos empreendimentos; a compra de terrenos, a otimização do ciclo de desenvolvimento imobiliário, o investimento em vendas e marketing e a redução dos desvios de custo e prazo nas obras. Já no chamado segmento AEC (arquitetura, engenharia e construção), pontos como melhoria de competitividade comercial; desenvolvimento de soluções de pré-construção, redução de perdas de margem e otimização do nível de despesas em um menor volume de atividade também estarão no topo da lista de preocupações dos empresários.

Ao se deparar com esses movimentos, é também esperado que o setor busque meios para se defender e chegar ainda mais pronto para manter os bons resultados de 2022. Com uso de tecnologia de ponta e metodologias de gestão, a expectativa é que as empresas de construção civil consigam encarar melhor todos os desafios. Por isso, é esperado que algumas tendências possam ser vistas no mercado em 2023, entre elas se destaca a adoção de inteligência artificial, cada vez mais fortalecida dentro do segmento.

A seguir, confira algumas tendências para a construção civil em 2023:

– Uso de inteligência artificial na escolha dos terrenos a serem adquiridos;

– Desenvolvimento de soluções em IA para a captura de oportunidades de negócio;

– Maior profundidade no entendimento das necessidades do cliente antes da definição do produto;

– Decisões compartilhadas entre todas as áreas de negócio;

– Uso de plataformas de integração dos processos: projeto, orçamento, suprimentos, planejamento, controle e assistência técnica;

– Marketing digital: incorporadoras passando a usar plataformas digitais para estimular venda direta;

– Uso das ferramentas do Lean Construction com a alavanca para redução dos desperdícios e perdas nas obras;

– Maior entendimento da jornada do cliente e todas as suas necessidades ao longo de todo o ciclo do empreendimento;

– Foco no desenvolvimento de negócios em nichos nos quais as empresas tenham maior especialização;

– Desenvolvimento de competências de engenharia e planejamento visando agregar maior valor para o cliente;

– Adoção de novas tecnologias com foco na simplificação de processos de back-office.

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