Buscando fortalecer o desenvolvimento e a expansão tendo a agenda socioambiental cada vez mais como pilar principal, a Indústria Catarinense de Papéis Especiais (Incape) buscou o apoio da Falconi para construir a estratégia de sustentabilidade da empresa. Cada vez mais, empresas são cobradas por integrar a sustentabilidade à estratégia organizacional por meio de uma política de ESG, seja pelos clientes ou pelo mercado. Hoje, a Incape se consolida como especialista na produção de papel cartão maculatura, feito com papel reciclado, para o segmento tissue (higiene pessoal e limpeza).
A gestora do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Falconi, Izabela Murici, destaca que o comprometimento com a sustentabilidade firmado pelas empresas gera resultados que vão além dos impactos socioambientais. “Muitas vezes as companhias desfrutam de uma reputação mais positiva e de uma imagem de marca mais forte. Isso pode atrair clientes, investidores e talentos qualificados. Cuidar da agenda ambiental é essencial para as indústrias garantirem a sua viabilidade a longo prazo.”
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O projeto partiu de um diagnóstico da maturidade ESG da organização feito pela Falconi com o levantamento de vários dados e ações da companhia, conforme explica o diretor de Papel e Celulose da Falconi, Caio Davanzo: “A partir dessa pesquisa, foram realizadas entrevistas com clientes, comunidade, fornecedores e colaboradores da empresa, desde os níveis mais operacionais até a direção da empresa. Houve a relação das melhores práticas sustentáveis aplicadas pelas indústrias.”
Segundo o CEO da Incape, Thiago Karam, a parceria concretizou-se pela busca do que há de melhor no que se refere à sustentabilidade, gestão, governança e frente social. “Nós entendemos que, para dar um próximo passo que pudesse genuinamente impactar o mundo onde vivemos e aprimorar a Incape como companhia, seria necessária uma discussão bem estruturada de compromissos, metas e iniciativas voltadas para ampliar o impacto em todos os stakeholders”.
Metas e objetivos desdobrados em projetos
Em seguida, foi definida a matriz de materialidade, ferramenta de análise que trouxe as questões prioritárias para a construção da jornada de sustentabilidade. Na sequência, o próximo passo foi a construção do mapa estratégico de sustentabilidade com a definição dos compromissos, metas e objetivos estratégicos relacionados aos pilares ESG. A partir desses propósitos, foram desdobrados os projetos e as iniciativas que agora precisam ser implantados para que a Incape avance na implementação de práticas sustentáveis.
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Reforçando a percepção de Izabela Murici, uma pesquisa realizada pela Falconi com o Pacto Global da ONU e a Stilingue, em 2022, mostrou que as organizações com agenda ESG relatam como principais impactos positivos a melhoria da reputação da empresa (70%), a atração e retenção de talentos (34,2%) e o acesso a novos mercados e parceiros (33,2%). Além disso, o estudo aponta que 8,9% das empresas relatam perda de negócios ou de consumidores por não terem uma agenda ESG.
Por isso, para a Incape, trata-se de um investimento estratégico, uma vez que a empresa está alinhada à Agenda 2030, compromisso global em busca de um desenvolvimento mais sustentável até o ano de 2030. “Vamos fortalecer o propósito onde a circularidade é alavanca para a sustentabilidade sem deixar ninguém para trás”, afirma Karam.
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Agora, os próximos passos serão a implantação dos projetos que já foram definidos e o acompanhamento da evolução dos indicadores. Um exemplo de iniciativa é o projeto Mulheres Papeleiras, que busca inserir as mulheres no ramo papeleiro, desde a linha de produção ao conselho administrativo. O escopo abrange preparação de profissionais, treinamentos e abertura para as mulheres ocuparem as áreas que desejarem na Incape.
Estão previstos treinamentos especializados de operadora de empilhadeira, operadora de rebobinadeira e operadora de caldeira, atividades predominantemente masculinas. O projeto será realizado por meio de ensinamentos práticos e teóricos a fim de viabilizar a acessibilidade e a diversidade, potencializar o conhecimento e a evolução profissional e pessoal e ampliar a representatividade feminina neste ramo do mercado de trabalho.
Mercado de papel tissue cresceu pós-pandemia
O Brasil tem se consolidado dentro da indústria de papéis tissue, utilizados para higiene pessoal e limpeza, como os papéis higiênicos e guardanapos, por exemplo. Hoje, o país figura entre os maiores produtores no mundo, sendo líder na América Latina. O mercado teve uma grande expansão por conta da pandemia, com forte aumento da demanda por produtos de higiene pessoal e a mudança nos hábitos de consumidores. Em 2020, por exemplo, no início da pandemia, o consumo global de tissue teve crescimento recorde de 5,9%, segundo a Fastmarkets.
No entanto, o consumo é essencial para a população de modo geral, independentemente das circunstâncias do momento, e deve continuar tendo uma tendência de alta demanda. Os hábitos mais frequentes de limpeza e cuidado pessoal herdados com a pandemia e o crescimento das cidades, por exemplo, deverão fazer com que a produção siga em alta a fim de atender as demandas.