A cadeia global de suprimentos, que sofreu nos últimos anos com a combinação entre pandemia, guerras e a alta dos custos de transporte, tende a se estabilizar em 2024. Isso porque a projeção é de maior previsibilidade de preços e redução dos custos logísticos para importadores e exportadores.
Essa é a tendência apontada pela consultoria britânica de pesquisa marítima Drewry. Segundo o estudo, será mais fácil para os exportadores gerirem e organizarem, porque saberão onde as despesas terão quedas significativas. O Índice Mundial de Contêineres da Drewry, levantamento que calcula os custos de transporte marítimo, está em US$ 3.786 por contêiner de 40 pés. Em 2021, no auge da pandemia, o valor chegou a US$ 10 mil.
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Além dos custos, as perspectivas para a cadeia global de suprimentos estão sendo moldadas por uma série de outros fatores complexos e interconectados. Uma das principais tendências é a crescente digitalização e automação dos processos de supply chain, impulsionada pela adoção de tecnologias como inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e blockchain.
Essas inovações permitem uma maior visibilidade e eficiência em toda a cadeia de suprimentos, desde a produção até a entrega final, possibilitando uma tomada de decisão mais rápida e informada.
A sustentabilidade também tem se tornado uma preocupação central para as empresas em suas operações de supply chain. Os consumidores estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental e social dos produtos que consomem, levando as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis em suas cadeias de suprimentos, como a redução de resíduos, a utilização de materiais recicláveis e a otimização de rotas de transporte para minimizar as emissões de carbono.
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Outras tendências importantes são a crescente complexidade geopolítica e os desafios de segurança que estão afetando as cadeias de suprimentos globais. Tensões comerciais entre as principais potências, como Estados Unidos, China e União Europeia, juntamente com eventos imprevisíveis, como pandemias, desastres naturais e até ataques de piratas, aumentam a necessidade de maior resiliência e flexibilidade nas cadeias de suprimentos, incluindo a diversificação de fornecedores e a adoção de estratégias de mitigação de riscos.
As perspectivas para a cadeia global de suprimentos em 2024 são marcadas pela rápida evolução tecnológica, aumento do foco em sustentabilidade e necessidade de lidar com desafios geopolíticos e de segurança. Demandas que só poderão ser bem geridas em empresas capazes de ter adaptação às tendências e antecipação às mudanças no ambiente de negócios. Uma gestão eficiente é o que poderá ajudá-las a se posicionar para prosperar em um cenário cada vez mais dinâmico e competitivo.
*Bruno Henrique é VP da Unidade de Negócios da Falconi focada em Varejo e Bens de Consumo