jul . 2025 .

Planejamento energético: gestão eficaz reduz custos e garante sustentabilidade operacional para as empresas

Gestão energética eficiente reduz custos, mitiga riscos e impulsiona a competitividade, ressalta diretor da Falconi

Por Rodrigo Morais *

Planejamento energético: gestão eficaz reduz custos e garante sustentabilidade operacional para as empresas



Mesmo com o governo federal afirmando que não há risco iminente de apagões em 2025, o cenário energético brasileiro ainda demanda atenção. A volatilidade climática, a dependência significativa de fontes hídricas e a pressão por sustentabilidade colocam o tema energia no centro das decisões estratégicas. Empresas que adotam uma gestão energética eficiente não apenas reduzem custos, elas fortalecem sua competitividade e constroem bases sólidas para a perenidade do negócio.

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o consumo global de energia deve crescer cerca de 30% até 2040. Isso intensifica a importância do planejamento energético como componente essencial da excelência operacional, principalmente em setores de alta intensidade energética. O custo da energia, que frequentemente é citado como um dos principais itens da estrutura de despesas operacionais, precisa ser otimizado com método, previsibilidade e visão integrada.

Empresas que tratam o planejamento energético como rotina de gestão conseguem capturar ganhos expressivos de eficiência. O primeiro passo é a medição: sem visibilidade granular do consumo por processo, unidade ou centro de custo, não é possível tomar decisões técnicas e rápidas. A implantação de sistemas inteligentes de gestão energética, como IoT e sensores inteligentes, permite não apenas o monitoramento em tempo real, mas também ações corretivas imediatas e sustentadas. Permite também um planejamento de demanda futura.

Essas tecnologias viabilizam a criação de indicadores de desempenho energético, que devem ser incorporados aos painéis de gestão tática e estratégica da organização. Quando o consumo energético passa a ser tratado como variável crítica de performance, as áreas operacionais atuam com mais foco, previsibilidade e responsabilidade sobre os recursos utilizados.

Planejamento energético é parte da estratégia, não uma iniciativa isolada

Eficiência energética não se sustenta se estiver desconectada do planejamento corporativo. Organizações que obtêm melhores resultados estruturam o tema como um projeto transversal, alinhando metas de sustentabilidade, produtividade e rentabilidade. Isso envolve revisar processos, redesenhar fluxos com foco em consumo racional e atrelar metas energéticas aos indicadores de performance das áreas.

Outro ponto crítico é a gestão estratégica dos contratos de energia. Empresas que atuam no mercado livre e não estruturam governança técnica sobre seus contratos frequentemente enfrentam volatilidade de preços e desequilíbrios orçamentários. É preciso mapear riscos regulatórios, revisar condições contratuais, modelar cenários de demanda e buscar equilíbrio entre flexibilidade e previsibilidade.

O planejamento energético eficaz também pressupõe atuação contínua sobre riscos climáticos e operacionais, usando ferramentas de simulação e análise preditiva. Isso permite preparar respostas rápidas diante de oscilações no sistema elétrico, evitando impactos sobre a operação.

Tecnologia e processo são pilares, mas pessoas fazem a gestão acontecer. A eficácia do planejamento energético depende do comprometimento das lideranças e da capacidade de envolver as equipes em torno de metas claras. Quando os colaboradores entendem o impacto do consumo na rentabilidade, e são munidos de ferramentas e informações, eles se tornam parte ativa da solução.

Iniciativas de comunicação, treinamentos focados e rituais de gestão com indicadores energéticos fortalecem uma cultura de disciplina operacional e uso racional de recursos, base essencial para resultados sustentáveis.

O cenário de ausência de apagões não elimina os riscos energéticos. Ele apenas reforça a importância do planejamento contínuo e preventivo. Empresas que estruturam sua gestão energética com foco em excelência operacional, tecnologia aplicada, contratos inteligentes e engajamento organizacional reduzem custos, mitigam riscos e constroem uma base sólida para crescimento com sustentabilidade.

Energia não deve ser tratada apenas como insumo. Deve ser tratada como variável estratégica de desempenho.

* Por Rodrigo Morais, diretor de Serviços e Tecnologia da Falconi.

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